terça-feira, 21 de abril de 2020

SELETA POÉTICA * EMERSON XAVIER - PE

SELETA POÉTICA
POEMA DO NEOLIBERALISMO CORONADO


Estados Unidos 
da América
1973
212 milhões 
de habitantes
1 milhão e 500 mil
leitos hospitalares
EUA
2020
331 milhões
de habitantes
925 mil
leitos hospitares
"Se morrerem só 100...200  mil pessoas 
- disse o outro pandemoníaco presidente-
é que teremos feito
um belo trabalho"


Recife, 31/03/20
&
CHEVAUX
https://pt.calameo.com/read/0018930737a343e5cd1ee 

SÉLECTION POÈMS-1
https://pt.calameo.com/read/001893073d9c679b949f1

QUASE ENTREVISTA COM EMERSON XAVIER

Poeta e Escritor Pernambucano

***

PEDAGOGIA DA TRADUÇÃO

PARCOURS JACQUES BREL



Todo processo de aprendizado é um percurso (em francês, parcours) que se dá, em todo estudo sistemático, por aulas (em francês, par cours).
Adotando este nome de fantasia para minha MEI (Micro Empresa Individual), presto uma homenagem ao poeta, cantor, compositor e ator belga Jacques Brel, um dos maiores criadores da língua francesa da segunda metade do século passado.
MEU NOME É EMERSON
Fiz todos os meus estudos universitários em Ciências Sociais, graduação e pós, na França, onde morei 7 anos. Fui jornalista, tradutor, intérprete e diretor de comunicações de uma empresa de tecnologia da educação no Canadá, país onde morei 13 anos.  Bem antes de me expatriar, já estudava avidamente outros idiomas. Sou hoje titular de diplomas C1 e C2 - as mais altas avaliações oficiais do Quadro Comum Europeu de Referência para as Línguas: Aprendizagem, Ensino, Avaliação​ (QCER) – em francês, espanhol e italiano. Traduzo ainda a partir do catalão e do romeno.

ENSINO COOPERATIVO
(francês, espanhol, italiano, inglês)
A cooperação é efetiva quando a força do coletivo se revela benéfica para cada membro do grupo. Todo grupo de estudos deve ser auto-formado: as pessoas se escolhem em função de suas afinidades e objetivos. Essa energia desde a origem permite uma solidez que não pode ser encontrada em escolas convencionais, onde um aluguel de horário dá lugar à formação de grupos por demais heterogêneos.
À energia de um grupo auto-formado, soma-se a vantagem da redução brutal dos custos. Minha tarifa horária de professor particular não aumenta por se tratar de um grupo. Ela permanece a mesma. Sendo dividida pelos membros do coletivo, essa tarifa se torna acessível para cada um e permite ao profissional uma remuneração justa. Sugiro sempre pequenos grupos de no máximo três pessoas, um número pedagogicamente ideal. Eventualmente, segundo o nível de compromisso de cada um, podem ser constituídos grupos maiores.
A INDEPENDÊNCIA NO IDIOMA ESCOLHIDO
Cada aula tem 2 horas de duração, tempo suficiente para a explicação de um tema com exercícios pertinentes.  Com o devido aproveitamento das vantagens de um sistema cooperativo a custos reduzidos, é possível alcançar a independência no idioma escolhido em aproximadamente 150 horas/aula.  Isso significa atingir um nível de conhecimento a partir do qual não pode mais haver regressão, apenas aperfeiçoamento.
PALAVRAS FINAIS
O aprendizado de outros idiomas é uma ferramenta indispensável para quem deseja pensar sobre o mundo e transformá-lo.  Para um militante ou qualquer pessoa engajada com o seu tempo ter outro idioma não é um capricho ou um luxo. Trata-se antes de uma arma sem a qual estará sempre em desvantagem aquele que não a possua. Assim, vejo meu ensinamento como uma contribuição efetiva a uma elevação necessária da capacidade de intervenção dos que lutam por uma sociedade mais justa.


ALGO MAIS SOBRE EMERSON XAVIER




Caro Antônio,

Envio em anexo um resumo explicativo de meu trabalho de ensino e tradução. Nas palavras finais, insisto no aspecto luta, militância, que sempre quis dar ao meu trabalho.

Não preciso dizer a você o quão importante foi e vem sendo o conhecimento de outros idiomas para poder pensar o mundo e nele agir. Cada novo idioma aprendido foi a conquista de uma nova alma e também uma abertura extraordinária à compreensão da complexidade do mundo e da comunidade humana.
Os grandes da história de lutas pela emancipação dos trabalhadores tinham todos acesso a muitos idiomas.
Ao pensar meu sistema cooperativo de ensino, tomei como critério prioritário a acessibilidade. É preciso que esse serviço esteja ao alcance de pessoas que não dispõem das facilidades de nossos antagonistas de classe.
Meu grande sonho é trabalhar exclusivamente para comunidades militantes - sindicais, partidárias, associativas - e para intelectuais orgânicos da classe trabalhadora.
Para as pessoas que já têm algum domínio das línguas com que trabalho, posso ser útil em aulas de conversação.

Embora trabalhe com pessoas de todos os campos do conhecimento, acabei me tornando um especialista em tradução e versão de textos de psicanálise lacaniana (que belo desafio!), formando psicanalistas a a partir do 0 e também ajudando a consolidar os conhecimentos daqueles que já praticam o francês em aulas de conversação e com leitura guiada de textos técnicos.

Só publiquei um livro em 1996, pela Scortecci, de SP, ou seja, publicação do autor, na verdade. Tenho muita vontade de publicar o livro CHEVAUX, que já submeti à apreciação de famosos e desconhecidos bons autores brasileiros, os quais muito me encorajaram. No entanto, dispenso minhas energias sobretudo na luta pela sobrevivência e no apoio necessário a minha mãe de 91 anos - que o Bozo e o Teich pretendem matar! - e confesso não me sobra muito tempo para participar de eventos de poesia.
Gosto muito de trabalhar: traduzir, verter, dar aulas. Mas não sou muito de me colocar à frente de holofotes, câmaras, multidões.
Digo ainda que evito ao máximo trabalhar apenas pelo pagamento. Sonho mesmo, desejo mesmo ardentemente ser um orgânico da minha classe, mas às vezes sou "obrigado" a vender minha força de trabalho para pessoas que têm um interesse apenas diletante no aprendizado de idiomas. É algo frustrante. Há tanto que se pode fazer com isso na luta por um mundo mais justo!

Vou te reenviar fotos minhas com Chávez e ainda uma foto ladeado pelo embaixador de Cuba no Canadá e pelo Cônsul de Cuba em Montréal. No tempo em que eu morava no Canadá, quando fundei a Sociedade Bolivariana do Québec, eu atuava amiúde como intérprete em diversos eventos. É raro me faça fotografar. Sou pouco de imagens e muito mais de palavras, de versos.
Desde o golpe de Estado de 2016, comecei a perder trabalho. Muitos alunos se assustaram com a nova situação, compreendendo que entraríamos em fase de recessão econômica ou coisa parecida. Eu fazia muitas interpretações para a diplomacia francesa, mas agora, com a pandemia, não há mais congressos e encontros internacionais. Realmente, não está fácil. Dito isto, não me queixo. Sei muito bem que há pessoas, e muitas, em situação bem mais difícil que a minha, que mantive alguns alunos à distância, o que tem me permitido, pelo menos, fazer a feira e pagar algumas contas...não todas.
Sou neto de Francisco Xavier da Silva, cuja foto também te enviarei. FXS foi líder do Partido Comunista na Paraíba, em 1935, tendo sido preso e torturado por sua participação no levante democrático.
Sou-lhe desde já muito grato por toda a divulgação que você puder fazer de meu trabalho.
Temos de estar juntos e solidários, não apenas por conta dessa pandemia, mas sobretudo porque estamos já unidos por nossa luta e por nossa esperança.

Um abraço fraterno! Venceremos!


Emerson

ATIVIDADES PROFISSIONAIS

Com a pauta na mão, em evento Cuba/Venezuela no Canadá
De terno escuro à esquerda de Hugo Chávez

INFORME BIOGRÁFICO

EMERSON XAVIER DA SILVA

Curriculum Vitae

Rua Aprígio Guimarães, 997, Tejipió, Recife-Pernambuco-Brasil, CEP 50920-640

Telefone/Celular: (81) 3251- 38 26 - (81) 9-9753-37 67
emersonxavierster@gmail.com


FORMAÇÃO ACADÊMICA

1985-1988 - Diplôme de hautes études en pratiques sociales - Université Lyon Lumières II - Université Coopérative Internationale - Collège Coopératif Rhône-Alpes

1980-1982 - Diplôme d'études sociales - Université Catholique de Lyon (1980-1982)

ATIVIDADES PROFISSIONAIS

Desde o retorno ao Brasil, em 2015, através da MEI Parcours Jacques Bresil,  tradutor, intérprete, professor de francês, espanhol, italiano, inglês, tendo trabalhado como intérprete notadamente junto à Aliança Francesa, à Embaixada da França, ao Consulado Francês e ao Instituto Francês.

Tradução de livros e artigos para o português

BADIOU,  Alain. Para uma nova teoria do sujeito. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994. (Filosofia)
BRUCKNER,  Pascal. Ladrões de beleza. Rio de Janeiro:Rocco, 1999. (Romance)
CORIAT, Benjamin.  Pensar pelo avesso. Rio de Janeiro: Revan, 1994. (Economia)

Outras atividades como tradutor e intérprete

2013/2011/2010 - francês-espanhol-francês - Encontros do Projeto Ecominga, reunindo a Université du Québec à Montréal (UQAM) e três universidades bolivianas: Universidad Autónoma «Gabriel René Moreno» (UAGRM), Universidad Autónoma del Beni «José Ballivian» (UABJB). Universidad Autónoma de Pando (UAP)

2009 - (inglês-português) - Technology Evaluation Centers Inc., Montreal-Quebec-Canadá

2008 - espanhol-francês - Filme Les Femmes de Brukman, dirigido por Isaac Isitan, Production Isca, Montreal

2008/2006 - francês-português -  Filmes na TV5 Quebec, Canadá

2007 - português-francês X Documentário sobre futebol “Le soccer dans tous ses états”, produzido por 6IXDEGRÉS e dirigido por Hazouz Bezaz

2000-1990 - francês-português - Conferências de Alain Badiou (filósofo), Claude Olivenstein (psiquiatra), Robert Lévy, Gérard Pomier, Houphang Guyliardi, Alain Didier-Weil, Marie-Madeleine Châtel, Jean-Jacques Lecomte, Bernard Bremond (psicanalistas)

1997 - francês-espanhol-português - Conferência Rio-92 + 5

1992 - francês-português - Conferência Rio-92

Atividades em jornalismo

2008-2006 - Jornalista encarregado de dossiês especiais da revista Québec Magazine, Paris, distribuída em todos os países de língua francesa

2008-2006 - Membro da equipe de tradutores e colaboradores do jornal Le Bolivarien, publicado pelo Consulado da República Bolivariana da Venezuela em Montreal

2005 - Reportagem para revista do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

2004 - Membro da equipe de jornalistas de Tiempo Clave, secção lusófona, Montreal

2003 - Colaborador de Bernard Drainville, então correspondente da Radio Canadá para a América Latina, em Caracas, quando  do lockout petroleiro

2003/2002/1999 - Tradutor e pesquisador para a série de programas Un Canadien à Rio, difundidos por Réseau de l’Information (RDI) de fevereiro a abril de 2004.

2003/2002/1998 - Intérprete do jornalista Gilles Paquin, La Presse, Montreal, no Brasil e na Venezuela.

2002/2001 - Colaborador da diretora Edna Torquarto no programa Fala Brasil, na Radio Centre-Ville, Montreal

2001 - Redator adjunto, jornalista, autor, tradutor e revisor de revista Forces, la voix internationale du Quebec, número especial 130, Cimeira das Américas

2001 - Intérprete, tradutor, consultor e pesquisador dos 3 episódios brasileiros da série Plein Sud le Grand Voyage, apresentada em TV5 e no canal 14, Montreal

2000 - Correspondente especial da Société Radio-Canadá no Brasil para o programa Deux mille et une nuit, quando da passagem ao ano 2000, apresentado por Marie-France Bazo

2000-1997 - Colaborador no programa de Juan Gomez (Radio France Internationale); Taxi, de Xavier Bloch (Radio Lausane, Suisse Romande)

1998 - Intérprete e pesquisador da equipe da diretora Kateri Lescop, Société Radio-Canadá, Émission Zone Libre, Montreal

1998 - Intérprete e pesquisador do jornalista Pierre Duchesne, Société Radio-Canadá, Montreal, tendo compartilhado com este o Grand Prix de la Communauté de Radios Publiques de Langue Française (Canadá, França, Bélgica e Suíça)

Outras atividades

2013/2010 - Diretor de comunicação de Unima Logiciel, tecnologias da educação, Montreal

2013/2012 - Consultor e tradutor (francês, espanhol e português) em projetos de Les Productions Isca (http://www.lesproductionsisca.ca/), junto aos cineastas Isaac Isitan e Carole Poliquin, Montreal-Quebec-Canadá

2000-1990 - Professor de francês de psicanalistas no Rio de Janeiro

1999/1996 - Professor de francês no Centro de Estudos Afro-Asiáticos da Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro

Publicações

Poemecito, Editora Scortecci, São Paulo, 1995 (poemas)

Idiomas

Português, francês, espanhol, italiano, inglês, catalão
Romeno (em estudos)

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segunda-feira, 20 de abril de 2020

Poesia Marginal e Outros Poemas * Tabuh - RJ


POESIA MARGINAL E OUTROS POEMAS


Poesia marginal


Aquela que fica à margem dos padrões da escrita.
Que vem para passar mensagem!
Seu único compromisso
É com a verdade.
E fala da realidade
Enquanto grita a revolução!

Não tem balela
Não tem espaço para o mal.
Poesia marginal
É a voz do trabalhador
Contra o sistema desigual.
É o grito que parte do coração
Que já não aguenta mais bater em vão
E ver corpo, mente e espírito
Vivendo pelo patrão.

Poesia marginal é o grito de desespero de um louco
Em um momento de sanidade.
É a voz que aponta a direção.
E grita forte!
Por trás dos véus da ilusão...

A poesia marginal é um chamado para o povo
Para acabar com a exploração.
E convida para lutarmos juntos
Pois não há arma maior
Do que a nossa união.

2 - Contratos
@Tabuh.resistencia
(TABU)

Mais certidões de nascimento
Mais um produto registrado
Propriedade do estado
Vai ter que andar bem arrumado

Nem mesmo o parto é mais natural
Se apresse!
Está cheio o hospital.
E se você não tiver como pagar
Tome cuidado!
Podem tentar te matar.

Nascer é exclusividade de quem pode
Como quer viver se não pode bancar?
A liberdade está condicionada à morte
E a igualdade é dividida.

Em qual classe eles vão te encaixar?
Tem que constar a cor da pele.
O sobrenome diz onde pode chegar.
E a humilhação é garantida.

Corte o cabelo, faça a barba e vá trabalhar
Seja educado e faça tudo para agradar.
Eles só vão te exigir
E depois vão te descartar.

Mais como sair dessa situação
Se tem acordos ocultos,
Desde a sua certidao.
Já te inserem em um contrato de servidão
Para jamais poder se libertar.

Querem te cegar para poder te guiar.
Querem te sedar e por a culpa em você
Moldar a sua consciência para criar um novo ser
Capaz de trabalhar sem questionar
O quanto vai receber.


3 - Crentes
@Tabuh.resistencia

Nao é querendo julgar...
Mas o que vou falar de uma galera
Que vive à espera do perdão de Cristo
Se nunca está disposta a perdoar?

Que fala de amor com adoração.
Sem fazer o mínimo esforço para amar.
Olha para o próximo com desgosto
Pedindo a Deus pela punição.
Achando que é assim que vai se salvar.

Que não se mistura com as coisas do mundo.
Mas faz de tudo pelo dinheiro.
Apoia certos absurdos
E ainda fica mudo
Quando o tiro é certeiro.

Que elege um fascista para governar
Propaga o racismo e a homofobia
Que fala baixinho pra Deus não escutar,
E quando o irmão cai ainda faz fofoquinha...

Que defende a verdade que mais lhe convém
Que espera o retorno da boa ação
Que compra na igreja um terreno no céu.
Ao invés de cuidar do seu coração.

Se for pra falar dessa galera,
Tem que ter muita compaixão.
A ignorância é uma doença.
Contagiosa e letal.
E por maior que seja a crença...
Quem se diz do lado do bem
É quem mais tem feito o mal.



4 - Fica em casa!
@Tabuh.resistencia

É que uma hora os cavalos cansam de puxar a carroça
E o ano da justiça veio pra ensinar o gado a descansar.
Em uma terra onde a vida vale menos que a cobiça.
Quem é que quer morrer com tanta dívida pra pagar?

Se formos considerar,
Estouramos o limite com Deus.
E entupir as igrejas não é a melhor opção para quem pensa em se salvar.

Ele sabe bem quem são os seus.
Então cuide do seu coração.
Pois se está preocupado com Deus.
Pode ter certeza que é aí que ele está...

Deixa,
Deixa o presidente falar.
Quando que foi diferente?
Venho aturando há 520 anos
A indiferença dessa gente.

Mas a vida não para!
Desde que chegaram aqui
Nos forçam a viver para o trabalho.
Sendo feitos de otários.
Recebendo menos de 10%
De tudo que a gente produz.


DESSE JEITO NÓS VAMOS SOFRER MAIS DO QUE JESUS!
A própria vida é a cruz.

Enquanto isso
O povo espera ansioso
As coisas voltarem ao normal.
Pra retornar com muito gosto
Ao curso destrutivo
Dando o seu melhor
Por um sistema desigual.

Por mais que a doença seja natural
Tudo é reação.
Acho uma troca muito justa
Ofertada pela terra
Devido a nossa relação.
Não acredito que nada disso seja em vão.

Se cuida.
E vê se bota a cabeça no lugar.
Fica em casa!

Deixa a economia cair...
Teu coração é que não pode parar.

Vamos lutar em União.
Mas óh,
Não pode pegar pela mão.
Então vamos construir nossos elos
Do jeito mais sincero
Bem no fundo do coração.


5 - Corpos
@Tabuh.resistencia 
(Peripécias de uma mente sã)

Há tantos corpos diferentes
Há tantos rostos
Tantas mentes
Há corpo feio
Corpo lindo
Corpo Inteiro
Ou com coração partido
Há corpos que se movimentam
E os corpos que ficam dormindo
Há corpos que voam distante
E corpos que vivem no ninho.

Ha tantos corpos diferentes
Corpo de bicho
Corpo de planta
Corpo de gente.
Há tantos corpos diferentes
Corpo fechado
Corpo exposto
Dente escovado
Corpo sem dente.

Há tantas vidas
Que se manifestam
Em outra visão, intuição
Instrução e obrigação.
Que são apenas batidas
De um só coração.
Que se espalha pelo universo
Que se mistura na multidão.
Tantos corpos,
Tantos versos.
Compondo a criação.
E do inverso
O corpo que se foi
Corpo de cor
Pois
Independente da dor
Terei outro corpo depois.





6 - Democracia - A nova utopia
@Tabuh.resistencia
(Peripécias de uma mente sã)

A esperança que se alimenta de que em algum momento vão pegar um bom retorno e acertar a direção.

Acreditando ter o poder de decisão, 
Elege o novo dono de seus direitos. Apostando suas fichas na falta de opção.

E se esforçam para agradá-lo, enquanto se acomoda entre os destroços de sua própria decisão.

Decisão que acredita ter tomado livremente, quando na realidade fora tirado seu dia de folga e obrigado a ir votar.

Só não enxerga quem está cego ou envolvido com as contas para pagar, que só quem banca a festa tem o direito de dançar.

E taca fogo na Amazônia, espalha óleo em alto mar, lama tóxica pelos rios, e o estado autorizado a matar favelado.

Talvez tenha passado a hora de lutar.
Mas sequer vão reclamar.
"Deixa a culpa pros eleitos,
já fiz minha parte, indo votar."

Essa história torta de que servimos apenas pra trabalhar, e quem bate a porta na cara, é quem mais poderia ajudar.

Mas os valores são confusos nesse mundo invertido, seja comigo ou contigo, nada disso faz sentido.

Democracia
A utopia de quem insiste em acreditar que a vida vem de fora. Entrega sua herança de mão beijada e investe na esperança, enquanto gira perdido na roda do sansara.

Ah, mas se fosse fácil não estaria bom. Colônia manipulada na era da informação.
Dá tudo em busca de nada, e caminha sem direção.

Contrato assinado ao nascer,
Pré-definido tudo o que deve ser.
Produto do estado
Do nascimento até morrer.
Enquanto você acredita
Que seu único dever é escolher
Quem é que vai decidir por você.


7 - Não se renda!
@tabuh.resistencia
(TABU)

Rendidos ao sistema
Desde antes de nascer
A sociedade sem coragem
Passou isso pra você

Não te ensinam o que é discernimento
Não te apresentam a força do pensamento
Se você não for ousado
Não aprende nem a ler

E é logo nessa fase que você deve escolher.
Ter sua própria voz para se expressar
Ou deixar que façam isso por você?

Você vai à escola todos os dias
Se dedica, estuda e não aprende quase nada
Isso é porque o sistema cria
Um exército de gente alienada
Pois sabem que o poder nas mãos do povo
É impossível de conter.

Então, se eles te temem
Não é você quem precisa temer.

Eles te temem
Tentam dominar
Mas tremem
Como medo do seu despertar
A cada livro bom
Que pesquisa e lê
Você joga no sistema
O peso que tinha em você.



8 - Aparelho televisor
@tabuh.resistencia
(Mil poemas pela democracia)

Aparelho chamado de televisor
Mas também poderia se chamar:
Semeador de notícias próprias para te castrar.
Gatilho puxado do estado.
Redutor mental
Calcificador mais potente da glândula pineal.
Pensador, influenciador e elaborador cultural.
Quem decide pelo povo e comunica a decisão.
Tudo isso em um aparelho,
Chamado televisão.

Smart, lcd, plasma ou aquele antigo caixote
Preto e branco
Colorido
Analogica ou digital.
Seja como for o modelo
O roteiro é letal.

Quem dá glamour à babilonia.
Quem dá valor a todo mal.
Quem alimenta a discórdia
E fortalece a desunião.
Um simples aparelho
Chamado televisão.

Notícias selecionadas para acabar com a fé.
Ou você acredita que a vida
É só desgraça e futebol?
Cabem muitas intensões dentro da caixinha de desinformação.
Esse pequeno aparelho
Chamado televisão.
Carrega infinitos segredos
E semeia a alienação.

Desligue a tv e se ligue em você.
Porque tudo o que precisa
Está no seu coração.
Leia um livro.
Desligue a televisão.


9 - Mariana
@Tabuh.resistencia
(TABU)

Não é questão de opinião
Eu vejo a destruição
E não vejo esforços para amenizar.
O dinheiro é gasto para desviar a atenção
Fechar os olhos da população
Ao invés de ajudar.

O governo não é solidário
O sistema é falho
Mas ninguém vai reclamar.
O governo vive fora dos trilhos
Pois não são seus filhos
Afundados na lama.

Miséria não está na fome
Está no peito de quem não sabe amar
Pequenos de alma
Com grande poder.
CUIDADO!
Eles não vão te proteger.


10 - Quinta dimensão
@Tabuh.resistencia

E quando não tiver mais nada a declarar.
Como é que o poeta vai ficar?
Se no principio era o verbo.
Com o verbo, vai terminar.
Ser, estar.
Harmonia do tempo com o espaço.
Adentrando dimensões onde nunca pensou estar.
Não pode pisar.
- Vá devagar!

Somente a mente pode entrar lá.
Devagando versos na quinta dimensão
Não há matéria ou carne..
Muito menos ilusão.

É quando a mente se alinha ao espírito
Do corpo só o coração
E aquele profundo sentimento de gratidão.
Tudo foi como foi
É como é
E para sempre será.
Desfaz a confusão da mente
Fruto da projeção
E então poderá se libertar.

Libertação é um momento
Não uma ambição para a vida.
Ninguém vive eternamente
Preso à porta de saída.
Então caminhe
Sem apego
Sem carregar o peso de ter que ser
Apenas seja.
O que nasceu para ser
Seja você.

De todas as suas faces
Passando por cada fase
Faça o melhor que puder fazer.
Seja vivo, seja forte.
Seja o que nasceu para ser.

INFORME BIOGRÁFICO

Tabhu Rj: Poeta e escritor marginal, 

TabuH de origem das periferias do Rio de Janeiro, trás em suas poesias, mensagens de libertação. 
Autor dos contos "Uma volta sem ponteiros", "Odara - O caminho da luz" e "Colonização sob nova direção; e dos livros de poesia "TABU" e "Peripécias de uma mente sã". 
Trabalhando a espiritualidade como forma de revolução, TabuH busca as melhores palavras para tocar o coração de seus leitores, afim de despertar uma nova consciência. 
Militante na luta por justiça social, investe na cultura como forma de revolução. 
Para conhecer melhor seu trabalho basta acessar as redes sociais:
Facebook: /tabuh.resistencia
Instagram: @Tabuh.resistencia

(Peripécias de uma mente sã)
Email: tabuhrj@gmail.com 

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quarta-feira, 1 de abril de 2020

Narrativa / Crónica / Memória * Pedro Querales - VE

Narrativa & Crónica & Memória


*
Pedro Querales - 1 Narrativas

El benefactor
Murió acribillado en una barbería al mejor estilo de Hollywood. 
Para muchos fue un alivio su muerte.
Otros lo veían como un benefactor. 
Para algunos se rompía el frágil equilibrio que conllevaba su presencia en las demás organizaciones delincuenciales.
Alguien me comentó: 
  • Es cierto que tenía muchos muertos encima, pero ayudo a otros.
  • Si, le dije, los ayudó a llegar temprano a la muerte.
En el mundo del delito, las fronteras entre el bien y el mal, nunca están definidas. Los códigos si están establecidos y bíblicamente, pocos mueren en su cama.
(13 02 2018)



Conciencia final express

En los microsegundos transcurridos tras los balazos recibidos, Natalio entendió que los atajos para ganar dinero casi siempre conducen a la pérdida temprana de la existencia o al frío o caluroso (según sea el caso) calabozo. 
El error de cálculo le negó para siempre: el abrazo de sus hijas, las noches o tardes de buen sexo, los compartires con familiares y amigos y las risas involucradas, esos ramalazos de felicidad que no provee el dinero express. En las novelas colombianas que utilizó como patrón de vida, el capo tenía los mejores carros, las mejores hembras. 
No alcanzó a ver nada de eso. 

Y lo peor: la condena temprana al olvido.



El Plan

Tenía todo bajo control. Calculado. Nada podía fallar.
Sabía que cualquier descuido sería fatal para sus pretensiones.
Sus estudios concienzudos en varias disciplinas del saber lo mantenían siempre al flote en cualquier circunstancia. Los errores físicos y mentales estaban reducidos a su mínima expresión.
Tenía cinco meses planificando el quehacer. Un estudio profundo de la conducta humana, de su comportamiento en ciertas situaciones, le hacía pensar que estaba en el camino correcto. 
Por eso concibió a la cita. Le ofreció a la muchacha que pretendía, lo usual: bombones, una orquídea y una cena íntima, la cual preparó el mismo con todo esmero en su apartamento. Ella acudió hermosa y puntual. la cena, como era de esperarse, dada la ocasión contenía elementos considerados afrodisíacos, acompañados de un buen vino, como aconsejaban los cánones del buen gusto culinario.

¿Cómo carajos iba a saber que la chica era alérgica a los camarones?



Pedro Querales - 2 Crónica


Ahora sí se va…
Esa mañana se levantó con la esperanza de siempre: ahora sí. Sus líderes le habían asegurado que tras 18 años de fracasos, ahora sí. El hombre y su gente se iban, nada podía fallar, todos los elementos jugaban a favor: la especulación, la violencia (un poco desmedida para su gusto, pues le afectaba en cierto sentido su paz, pero el fin justifica los medios, unos cien días de incomodidad valdrían la pena), el apoyo de la prensa internacional, de los ilustres expresidentes, que si bien habían fracasado en las gestiones en sus respectivos países, nadie les podía negar que eran “demócratas”.
Cumplió con el rito diario: cepillarse, tomar un baño, desayunar, regar su jardín, preparar el desayuno al marido y a los niños. De allí a cumplir con su patria, era su sueño, un país mejor con los anaqueles repletos, con las ofertas engañosas o no, pero en fin, que fluyera todo y que ese afán  de implantar regímenes extraños a la idiosincrasia de su pueblo no existiera jamás en la mente de la gente, ilusionada por las locuras de ciertos gobernantes. Que vergüenza.
Pero sabía que mañana cuando leyera las noticas via web, por fin podría ver: “Renunció el presidente” y de allí en adelante: la felicidad total.
Salió a la calle, dispuesta a cumplir con su patria.
Esta vez sí era seguro…

Pedro Querales - 3 Memória


1970 (mis memorias del año 1970) desde mi visión a 50 años de distancia
Preliminares
Para enfrentar este ejercicio de memoria, ahora que estamos en el 2020, se me ocurre que a 50 años de distancia, vale la pena rememorar en que andaba, a mis 16 años de edad. Yo nací en Topeyes, en una casa llamada San Rafael de Topeyes, que era una finca cafetalera ya en decadencia. En plena dictadura perezjimenista, el campo no ofrecía muchas perspectivas, pues entre el bajo precio el café y el comportamiento social: juegos de envite y azar, la bebida, las mujeres, colaboraban para que la situación se hiciera más difícil.
En Cabimas, el 14 de diciembre de 1922, en la hacienda Los Barrosos, con el reventón, el país despertó a una nueva realidad: el café y el cacao, dejaron de ser nuestra fuente de ingreso, apenas nos ayudaban a sobrevivir y las enfermedades endémicas: el paludismo aunado al hambre, hicieron que la gente volcara su mirada hacia esa aldea costera de 3.000 habitantes que vivía de la siembra, la pesca y del aceite del cabimo.
El 23 de enero de 1958, al Imperio ya no le simpatiza Marcos Pérez Jiménez y provoca su caída. Vuelve los exiliados del AD, Copei, URD y el partido Comunista. La gente esperanzada en la democracia, no percibe que es una simple jugada del Imperio del Norte, para mantener con seguridad la explotación de nuestros recursos, con la instauración  de gobiernos genuflexos. El pacto de Punto Fijo, firmado en octubre de 1958, con AD, Copei y URD, deja por fuera al PCV, y luego los empuja hacia las montañas. (Esa es otra historia).
Mi familia se  viene el 19 de abril de 1958, o mejor dicho, llega a Los Guaduales. Ya nuestro tío Zenón se había venido el año anterior con su familia, y como buen campesino se instala en la zona rural. No voy a contar los pormenores, apenas tenía 5 años de edad, era el mayor de la camada Querales Cordero, Héctor Alexis tenía 3 y Douglas, apenas seis meses de edad, el resto de mis hernanos nació aquí en Cabimas. 
Nuestro primer contacto con el Zulia, fue mediante la desgracia, mi tio mayor, César, nacido en 1911, se vino con otro familiar o amigo, creo que llegó por la Concepción. Tenía cerca de 20 años, por lo tanto, presumo que fu en 1931. Al poco tiempo se contagió con la gripe española y falleció. Mi familia lo supo a los tres meses.
Estando en Los Guaduales, un sábado mi papá vino a Cabimas, al mercado, de compras, o buscando empleo. Allí se encontró a un primo, Efraín Querales, luego de los saludos de rigor, le preguntó donde estaba y que hacía. Mi papá le informó donde estaba y que necesitaba empleo. Efraín le dijo: “yo me casaré dentro de poco tiempo, en un año, más o menos. Tengo una casa en construcción, pero si quiere se viene y me paga cinco bolívares mensuales, puede vivir allí hasta que yo contraiga matrimonio y consiga otra casa”. Mi papá no lo pensó mucho.
Se vino con mamá, nosotros tres hijos, mi abuela Sixta, y mis tíos Reina (Isabel Rafaela, quien era soltera) y mi tío Tico (Torcuato, el menor quien tenía la condición de síndrome de Down, como producto del encierro de mi abuela, cuando se enteró de la muerte de mi tío César).
Mi padre estuvo varios meses sin empleo, vivimos en condiciones deplorables. Una vecina, la señora María Eugenia Sánchez, nos tendía la mano, y supongo que  Ercilia, la mamá de Efrain también. Hasta que papá consiguió trabajo en el matadero municipal, ubicado donde actualmente queda el retén de Cabimas (fundado en 1971). Yo estuvo en esa inauguración y tuve de frente al presidente Caldera cuando pasaba por la caminería hacia la puerta de entrada para su inauguración.
Con la entrada al matadero de papá, la situación mejoró. En 1964, se inaugura el Frigorífico Industrial Bolivar, C. A. (FIBCA), en Punta Iguana. Y todo el personal se traslada hacia allá. Habitantes de La Misión y Los Olivos, básicamente, forman parte del personal, amén de los moradores de Punta Iguana.
Mi papá era militante adeco, sindicalista, fue presidente desde 1966 hasta 1969, del Sindicato de Industria y Comercio de los Municipio Bolívar (hoy Santa Rita, Cabimas Simón Bolívar, Lagunillas y Valmore Rodríguez) y Baralt. En 1968, gana las elecciones el Dr. Rafael Caldera y cambia la directiva del FIBCA, en marzo de 1969. Asume la presidencia Jorge Sánchez (copeyano). A los pocos meses, papa es despedido. Con las escasas prestaciones sociales, intenta seguir en el negocio como compra vendedor independiente, pero no tiene mucho éxito, no tenía vehículo, y los socios, no eran muy honestos. 
En septiembre de 1969, adquiere un pequeño puesto (kiosco), donde vende refrescos, jugos de naranja y toronja, empanadas, pastelitos, hallacas, besitos, dulces de leche y coco. Como ayudante, asume mi primo Oleary, hijo de mi tía Manuela, y este servidor y mi hermano Douglas, comenzamos a ayudarlo, cuando no teníamos clases. Douglas estaba terminando la primaria, tenía apenas 12 años.
De esa manera llega 1970.
Contaremos en estos relatos: la vida hogareña, mis primeros amigos de juventud, yo tenía entonces 16 años, el ambiente del barrio La Misión, mi liceo Alfredo Jahn, el momento histórico (como andaba el mundo), el movimiento en el centro de la ciudad de Cabimas, los descubrimientos de juventud.
Comenzamos. (ver siguiente relato).
Pedro Querales Cordero
(Jueves 19 de marzo de 2020 (día de San José) fiesta judeo cristiana)


Pedro Querales - 4 Resumen biografico

PEDRO QUERALES CORDERO (RESUMEN)
Pedro Querales Cordero, (Siquisique, Venezuela). 1953. Ingeniero Químico. Promotor cultural, fotógrafo, articulista, cuentista, poeta. Creador Grupo Tabla Insurgente (1978-1987). Presidente Ateneo Ambrosio (1995-98). Promotor cultural Alcaldía Simón Bolívar (1996-1999). Director emisora Misión 94.3 FM desde 2008. Colectivo “La acera de enfrente” que produjo el programa “Prendidos en poesía” por varias emisoras (2016-2017). Programa radial “Que nos invadan las palabras. “con Sarah Espinoza (2018). Sub-Director de Cultura del Municipio Cabimas, estado Zulia (desde diciembre de 2017). Ha sido publicado como articulista en varios periódicos del país (60 artículos en “Aporrea.org.” Libros publicados: “Crónicas misioneras” (mayo 1918). Editor junto a Arturo Pérez Arteaga de “Todos nuestros pueblos son Macondo” (mayo 1917), libro digital colectivo, en homenaje a los 90 años del premio Nobel colombiano Gabriel García Márquez. En preparación o listos para  publicar: “1970, el año en que pasó de todo (Crónicas)” “El oscuro y atractivo mundo del delito”, “Varios relatos cortos”. Email: pedroquerales@yahoo.es - Blog https://contracorriente.blogspot.com
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